domingo, 22 de abril de 2007

domingo, 22 de abril de 2007
Palavra Inconclusa



se eu não entender a força da voz que me fala serei
estrangeiro
para aquele que me fala e aquele que me fala será estrangeiro
para mim
M. Tiago Paixão, (poema para l’étranger/the outkast)



Há um movimento sem ar nesta imagem que perpetuas. (aqui rescreves o silêncio aparente do corpo, o pulsar da sílaba diante a cinza oca da objectiva) Ouve (aguardas indeciso o som que segue), não é preciso substância ou sujeito, o que as palavras nos ensinam é antes o tempo. O outro tempo, a voz do fogo. Porque tudo o que as palavras nos ensinam é sobretudo a sua essência, o seu Universo. Inconcluso.

Rui Alberto




Nuno Silva, M. Tiago Paixão, Rui Alberto
Salamanca, 2006
fotografia por
Sophia Pereira

domingo, 15 de abril de 2007

domingo, 15 de abril de 2007



Ainda o tempo. Um homem escreve e é o vértice máximo na geometria das constelações, simbiose de correspondências nervosas – organismo de tecidos híbridos: uma corola contorcida no revolver da água. Um avanço, um recuo. O abandono à espiral multicolor em que se espera por um barco de papel, desejo de silêncio, baptismo de aromas e seios de água: o prazer da combustão. E daqui não se pode fugir: sempre exististe como sempre vais existir. Como o ondular cintilante do lago ao beijo da pedra.





M. TIAGO PAIXÃO nasce em Lisboa no ano de 1982. Não calça luvas.







(posfácio a Sentimentos Sobrepostos, Gama - edição de Livros, 2005)
fotografias por Sophia Pereira
 
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