terça-feira, 8 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008
Variação a duas vozes


Num gesto como este
Imobilizante e em perpétuo movimento
Chamemos-lhe poema e
Façamo-lo juntos
M.TIAGO PAIXÃO


Acordemos
a pétala adormecida de cinza no chão de um
dia que é noite de
quarto
crescente,
mal-me-quer onde nunca nos tocámos
porque como tu gritaste nessa noite:
“nunca nos tocamos.”
E
pensá-la agora é um mergulho
nas noites asfixiantes d’ontem.
Cai no não-passado acontecido
feito presente por acontecer.
É o peso da morte arrancada em flor
no jardim da nossa casa, e onde
a minha vontade por dizer
que a tua
consciência da perda silenciosa
é o meu
silêncio confortável
embebido num banho,
reconfortante cor de prata,
em que insistes afogar-te… e…
é a boca de uma gata que não se dá
quando nos procuramos nos perdidos-e-achados do jornal.


João Tibério

(obrigado!)

 
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