segunda-feira, 2 de novembro de 2009

pré-publicação

segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Setembro

S.’ya


Ben artık şarkı dinlemek değil,
Şarkı söylemek istiyorum.
Nazim Hikmet



yavaş yavaş

lentamente ainda
faz sentido escrever há sentidos no verbo
qualquer coisa
estou a caminho sem juízo

o movimento:
desaceleração

sem travagens sem ABS ou outro sistema qualquer
só o teu corpo que demora
e a mão que espera


a mulher que não gostava de rock

fazia colecção de sons e outras impressões
visuais também
ela
dançava perto de mim
sorria abria os braços e o corpo perto de mim
tudo se passa de noite e eu estarei a dormir
a meio de um sonho
colecciono-os eu
beijava-me e dizia-me
a boca no meu ouvido
que não gostava de rock


return to sender

prometes a manhã o desejo
e acordar
na cama os lençóis
não estão sozinhos

o sol neste quarto
só quando respiras
mais forte
e sei que estás a chegar
acordamos cansados e queremos mais
um regresso a casa


in Callema 07, Novembro 2009 - publicação semestral da Cooperativa Literária


ankara, setembro 2009
M. Tiago Paixão

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A Callema no jornal I

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rui Alberto

A ideia nasceu de "um grupo de amigos que gostava de ver jogar o Benfica e nos intervalos discutia literatura". É assim que Rui Alberto explica a criação da revista "Callema", dedicada à publicação de textos inéditos de quem já tem nome e de quem (ainda) não tem voz. Tudo começou no primeiro ano da faculdade, no curso de Estudos Portugueses. Rui e quatro amigos, "o núcleo duro da 'Callema'", queriam produzir uma revista na qual pudessem publicar textos sem ninguém que os censurasse. O sonho só se concretizou no fim da faculdade, em Novembro de 2006.Ver o produto do esforço e trabalho de cinco rapazes entre os 25 e os 28 anos, "foi fantástico mas ao mesmo tempo estranho": "Foi óptimo ver que não era só conversa, que realmente conseguíamos fazer alguma coisa e foi estranho porque para alguns foi a primeira publicação."A revista não dá lucro, mas também não dá despesas: auto-sustenta-se. Cada um tem o seu trabalho e um deles nem vive em Portugal - depois do curso decidiu procurar trabalho lá fora - mas nem por isso desistem do sonho: "Enquanto houver romantismo, isto vai para a frente. Estamos sozinhos, não podemos depender de ninguém, mas vale a pena."Apesar de uma modesta tiragem de cem exemplares, a "Callema" recebe vários pedidos de colaboração, contos, ensaios e poemas dos quais vive, a par de "convites que são feitos a algumas pessoas, para cada edição". No número dois da revista contaram com três poemas inéditos de Nuno Júdice, escritor, poeta, ensaísta e professor universitário, num exemplar que esgotou. No entanto, e por muito louvável que a ideia seja, a pergunta obrigatória é: o que leva estes jovens, que nem 30 anos têm, a entregarem-se a um projecto que não dá lucro? A resposta, romântica, não demora. "A partir do momento em que viemos a público, adquirimos um dever cívico: temos o dever de fazer ler, pensar e escrever." E se acha que tem qualidade para aparecer nas páginas da "Callema", tem bom remédio: callema@cooperativaliteraria.net. Mas não se esqueça que esta malta só aceita textos inéditos... e bons.

Diana Garrido

terça-feira, 21 de julho de 2009

sempre sexy: Callema

terça-feira, 21 de julho de 2009

sábado, 20 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

Callema 06

terça-feira, 2 de junho de 2009

sábado, 30 de maio de 2009

em viagem

sábado, 30 de maio de 2009

esta e outras fotografias em http://ankarashots.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de maio de 2009

algumas lembranças

quinta-feira, 21 de maio de 2009













mais fotografias da Visita de Estado à Turquia em: http://www.presidencia.pt/turquia2009/


quarta-feira, 13 de maio de 2009

e esta aqui:

quarta-feira, 13 de maio de 2009
http://noticias.sapo.pt/noticias/videos/cavaco_silva/#RadyvuHPhwuG9r1ENvvm

para agradecer

tenho de escrever qualquer coisa para agradecer o privilégio que tive ontem!
agradecer ao Instituto Camões, em especial ao Dr. Miguel Filaho de Brito, à Sra. Embaixatriz da Turquia em Portugal, ao Sr. Embaixador de Portugal na Turquia, à Sra. Secretária de Estado da Cultura, ao Conselheiro Cultural da Presidência da República Dr. Pedro Rapoula, e em especial à Dra. Maria Cavaco Silva e aos meus alunos de língua portuguesa em Ankara!
as felicitações de todos no final da aula dão-me ânimo para continuar a trabalhar!
algumas noticias por aqui:
e muitas, muitas mais por aí para quem as quiser procurar!
a todos muito obrigado!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Protocolo para criação de ‘minor’ de Estudos Portugueses

terça-feira, 12 de maio de 2009
O Instituto Camões e a Universidade de Ancara assinam terça-feira um novo protocolo que prevê a criação de um diploma ‘minor’ de Estudos Portugueses, o primeiro na Turquia.
O protocolo será assinado em Ancara pelo Vice-Presidente do Instituto Camões, Miguel Fialho de Brito, e pelo Reitor da Universidade de Ancara, Cemal Talug.
No acto estará presente Maria Cavaco Silva, em visita oficial à Turquia a acompanhar o Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva.
A esposa do Presidente da República encontrar-se-á em seguida com os alunos de Língua Portuguesa da Faculdade de Língua, História e Geografia da Universidade de Ancara e assistirá a uma aula de Português ministrada pelo leitor de Língua e Cultura Portuguesa, Mário Tiago Paixão.
Com a assinatura do protocolo, a Universidade de Ancara afirma «o desejo de trabalhar para desenvolver os Estudos Portugueses na Turquia», declarou o leitor do Instituto Camões nas universidades de Ancara e Esmirna.
«Esperemos que este seja o primeiro passo para uma futura licenciatura em Estudos Portugueses e um Departamento de Língua e Literatura Portuguesa», acrescentou Mário Tiago Paixão.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

assim vai algum portugal

sexta-feira, 8 de maio de 2009
acabei de ver esta noticia e apetece-me comentar aqui.
é incrivel que enquanto todos os países em que já se registam casos tentam resolve-los e acima de tudo não criar pânico, em portugal - em que não existe ainda nenhum caso - já andam alguns a falar em milhões de infectados... e jornais a passar a mensagem.
é triste este pessimismo, esta vontade de querer ser pior, de sonhar com catástofres, este problema sem solução.
um dia destes vou escrever uma noticia assim:
Alguns especialistas apontam para a possibilidade de talvez se poderem vir a registar cerca de 5 milhões de mortes em Portugal, caso um meteorito caia no mar, perto de Lisboa e se esse mesmo meteorito com a sua queda, por casualidade, provocar um tsunami, e se esse tsunami for maior ainda do que aquele do sudoste asiatico e se for à noite e apanhar as pessoas a dormir. O tsunami que poderá eventualmente provocar um terrivel incendio na zona da grande Lisboa poderá alastrar-se a toda a faixa litoral do país e até alastrar à Galiza.
No sentido de preparar soluções para esta eventual catástrofe o governo espanhol já está a trabalhar para encontrar soluções possiveis para esta crise, comentam fontes proximas do governo espanhol que nesta fase não podemos referir.
O perigo é real e o governo deveria começar já a preparar um plano para este cenário!
Quero ser um dos novos jornalistas portugueses!
Só me falta mesmo chamar cão ao PM e dizer que sou livre, competente e inteligente porque lhe chamo cão.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A língua como chave para o futuro – Aprende Português

terça-feira, 5 de maio de 2009
Participação Portuguesa no Spring Festival da Universidade de Economia de Izmir, Turquia
6 – 8 Maio, 2009


Começa já no dia 6 de Maio o Spring Festival da Universidade de Economia de Izmir, Turquia.
Este ano a participação portuguesa vai ser plena. Nos três dias do festival a língua portuguesa será presença constante.
O stand de Portugal estará situado num espaço ao ar livre, aproveitando o bom tempo que se começa a fazer sentir, e funcionará entre as 10.00h e as 17.00h durante os três dias.
Para além de terem sido elaborados um conjunto de panfletos informativos sobre Portugal, os países lusófonos e a Língua Portuguesa, que estarão disponíveis e serão distribuidos pelos estudantes, estão também programadas diversas actividades, do cinema à música, passando pela exibição de um filme montado pelos próprios alunos que reúne excertos de filmes promocionais dos países da CPLP. Este filme procura dar uma visão da Língua Portuguesa como língua moderna, em evolução e de oportunidade, em especial do ponto de vista económico e das relações internacionais, mas sem perder de vista a cultura.
A língua como chave para o futuro – Aprende Português: é este o tema geral da participação portuguesa no festival.
Nota de revelo para a presença no nosso espaço, no primeiro dia do festival, do jogador de futebol brasileiro do Altaysport, Thiago, que conversará com todos os interessados sobre a importância da língua portuguesa na Turquia no mundo desportivo.
Outras personalidades estão convidadas para este evento, aguardam-se confirmações.
Todos os materiais utilizados foram elaborados pelos alunos de português sob supervisão do Leitor de Língua e Cultura Portuguesa.
Espera-se que este evento traga mais visibilidade à Língua Portuguesa em Izmir com vista a aumentar o número de alunos inscritos no próximo ano lectivo.
Visite-nos na Universidade de Izmir!

M. Tiago Paixão
Leitorado de Izmir do Instituto Camões

quinta-feira, 30 de abril de 2009

afinal Portugal até podia estar pior

quinta-feira, 30 de abril de 2009
The Italian prime minister Silvio Berlusconi has included former showgirls, a Miss Italy contender and a Big Brother celebrity in his choice of candidates for the European Parliament elections.
His weakness for glamorous starlets, which has landed him in trouble in the past with his wife, herself a former actress, now looks set to be exported to the grey world of MEPs in Brussels and Strasbourg.
Potential candidates were invited to the Rome headquarters of Mr Berlusconi's People of Freedom party for a briefing on the European elections, which are in June.
"I want young faces, new faces, to give People of Freedom a fresh image in Europe," said Mr Berlusconi, well known for his flirtatiousness and risque remarks.
Among the aspiring politicians hoping to be one of Italy's 72 MEPs is the Big Brother contestant Angela Sozio.
The flame-haired Miss Sozio is well known to the Italian public not just through her appearance on the reality television show, which in Italy is called Grande Fratello.
In 2007 she was photographed by paparazzi holding hands with Mr Berlusconi and carousing with the billionaire businessmen along with four other young women at his luxury Sardinian villa.
"Berlusconi's harem" was the front page headline on the weekly magazine Oggi.
None of the four candidates has any political experience. Eleonora Giaggioli is an actress, while Camilla Ferranti is a former presenter on a daytime chat show who has appeared in lingerie calendars.
Her talents were spotted by Mr Berlusconi, who put her name forward for a role in a soap opera produced by one of the television channels he owns.
Another potential candidate, Barbara Matera, was a hostess on a football show and a former contender for Miss Italy.
"For me it's a fantastic opportunity for personal and political growth," she said .
Mr Berlusconi's centre-Right government, elected last year, has several young female ministers, the most famous of whom is Mara Carfagna, 34, his equal opportunities minister who is an ex-model who made a career out of appearing in steamy photo shoots for men's magazines.

terça-feira, 28 de abril de 2009

António Lobo Antunes

terça-feira, 28 de abril de 2009
by Peter Conrad

Doctor and Patient
A Portuguese novelist dissects his country

António Lobo Antunes’s novels examine Portugal’s glorious but often brutal past.

The Portuguese novelist António Lobo Antunes discovered his literary vocation while delivering babies, performing amputations, and carving up corpses. Lobo Antunes trained as a doctor, and in the early nineteen-seventies, during military service, he was dispatched to Angola, near the end of a futile war in which the faltering Portuguese empire grappled to retain its African colony. In a makeshift infirmary, he lopped off limbs while a queasy quartermaster—disqualified from operating because the sight of blood made him sick—turned away and recited instructions from a textbook. Lobo Antunes also assisted a witch doctor who presided over births. As he recalls in a new volume of essays and short stories, “The Fat Man and Infinity” (translated by Margaret Jull Costa; Norton; $26.95), he spent hours struggling “to pull living babies from half-dead mothers” and sometimes emerged into the daylight “holding in my hands a small tremulous life,” while mango trees rustled overhead and mandrills looked on. At such moments, he came “closest to what is commonly known as happiness.” The experience brought about a novelist’s epiphany. There was another way, Lobo Antunes saw, to fill the world with extra existences: characters could emerge fully formed from their creator’s brain, rather than making their blood-smeared escape from the womb.
With luck, a novelist can beget new lives, but he is also obliged to commemorate lives that cannot be saved. Back in Lisbon, after the war, Lobo Antunes worked at a hospital that treated children with cancer. The experience provoked a metaphysical rage; he found himself railing against a God who permitted such agony. He watched as a five-year-old boy with leukemia screamed for morphine. When the child died, two orderlies arrived with a stretcher, but the wasted body was so small that they chose to bundle it in a sheet. A foot slumped free of the shroud and dangled ineffectually in the air. Lobo Antunes decided, he said in a recent interview, “to write for that foot.”
Lobo Antunes published his first two novels in 1979. Since then, there have been twenty-one others, earning him a succession of European prizes. He is less well known to American readers, although nearly half of his novels have appeared in English—most recently “What Can I Do When Everything’s on Fire?” (translated by Gregory Rabassa; Norton; $19.95)—and Dalkey Archive has begun to publish earlier, previously untranslated Lobo Antunes works, starting with the 1980 novel “Knowledge of Hell” (translated by Clifford E. Landers; $13.95). Internationally, Lobo Antunes is overshadowed by his older colleague José Saramago, who won the Nobel Prize in 1998. At home, the two writers, like rival political parties or sports teams, have noisy partisans, and those who cheer for Lobo Antunes claim that the wrong man won the Nobel. Lobo Antunes himself apparently agrees: when the Times called for a comment on Saramago’s victory he grumbled that the phone was out of order and abruptly hung up.

Their cramped country may not be big enough for both men, but from a distance the internecine feud hardly matters. Good novelists are unique, which makes them incomparable. Saramago is a benign magus whose fictions smilingly suspend reality; Lobo Antunes is more like an exorcist, frantically battling to cast out evil and to heal the body politic. Saramago’s secular parables, set mostly in unnamed or imaginary countries, easily float off into universality. Lobo Antunes remains obsessively local, worrying over the inherited ailments of Portuguese history and the debilities of its culture. He aims, like Joyce’s Stephen Dedalus taking upon himself the woes of Ireland, to be a national conscience, reminding his newly Europeanized, sleekly prosperous compatriots of their shaming past—a legacy of guilt left by the dictatorship of António de Oliveira Salazar, who ruled the country from 1932 to 1968, and by the brutality of his colonial regime in Africa. The Portuguese have officially chosen to forget this era of suffocating oppression, when the Catholic Church unctuously sanctified the strictures of a Fascist state. Lobo Antunes assails the moral cowardice of those who tolerated persecution or quietly collaborated with Salazar’s secret police, and is disgusted by Portugal’s recent veneer of affluence and spendthrift hedonism. A novel always reveals to us the world inside someone else’s head. In the case of Lobo Antunes, that world is the size of a country—small and marginal, perhaps, but teeming with villainy and vice, and as crammed with wounds and festering sores as an overcrowded hospital ward.
Lobo Antunes was born in Lisbon in 1942 and claims that he decided to be a novelist at the age of seven. When he was sixteen, however, his father sent him to medical school, where he trained as a psychiatrist. His medical and literary careers progressed in parallel, and he is still the director of a Lisbon geriatric clinic. Brooding over the Nobel Prize, Lobo Antunes once said, “My medical career would terminate the moment I cash that check.” But his day job has been the making of him, and it isn’t easy to dissociate his artistry from his clinical skills. During his medical training, he attended what he calls “the lesson at the morgue,” and what he learned there shaped his methods as a writer. In one novel, a character narrates a nightmare with a postmortem examination of himself, and Lobo Antunes makes clear that this is an elementary and unavoidable part of literary activity. “You’re a writer and never thought of this?” the character asks the book’s narrator, a journalist. “You never imagine yourself naked, smelling of formaldehyde, flat on your back in a marble tub, waiting for them to cut open your ribs with a huge pair of scissors?” Few of us are brave enough to entertain that thought; lacking volunteers, Lobo Antunes serves as his own specimen. In 2007, he underwent surgery for intestinal cancer, and, knowing how his body would look cut open, recorded the experience in a series of articles. Writing, as he practices it, can be creepily close to vivisection, and his novels conduct an autopsy that is both personal and political.
Some of Lobo Antunes’s earlier books seem too laceratingly confessional to be called fiction at all. In “Knowledge of Hell,” a narrator, whose name happens to be António Lobo Antunes, agonizes during a long drive over the failure of his marriage and the futility of his work in psychiatry. Lobo Antunes the narrator admits that his patients serve as a novelist’s exploited, manipulated playthings: a psychiatrist is able to “live among distorted men” and fish in “the agitated, rancorous aquarium of their brains.” This dabbling in neurosis is second nature to writers, who are, in his opinion, “adult people torturing themselves to create school compositions, imaginary intrigues, useless imbroglios.”
The novels that followed “Knowledge of Hell” extend beyond this self-purgation. Lobo Antunes, who admires Faulkner, shares his partiality for overlapping monologues, which gives the impression that an entire society is incautiously confiding in an analyst or a confessor. “Fado Alexandrino,” published in 1983, uses this polyphonic technique to investigate the failed hopes of Portugal’s recent history. The “fado” of the title is the music of helpless resignation: the word means “fate,” and it refers to the ululating laments declaimed by singers—wrapped in funereal black shawls, their faces set in a rictus of misery—in Lisbon’s night clubs. Here the vocalists are four soldiers who return disillusioned, like Lobo Antunes himself, from a colonial war, this one in Mozambique. They become disgruntled witnesses to the 1974 revolution, in which the army bloodlessly toppled the moribund Fascist regime. That uprising occurred on April 25th, which made it a rite of spring—a carnival of renewal, celebrated by soldiers with carnations in the muzzles of their guns. The rejoicing, as the novel demonstrates, did not last long. Leftist hardliners took over and, for a while, it seemed that Portugal would be captured by Communism. The ideology that prevailed, however, was consumerism. Lobo Antunes’s cohorts helplessly watch their nation’s collapse from idealism into self-indulgence, and even surrender to it themselves during a boozy reunion that takes them on a long crawl through bars and brothels. Their night of carousing ends in a death: one member of the gang is murdered, and the rest share blame for inciting the crime. The novel pessimistically concludes that there is no way of salvaging a society so embedded in the past: revolution seems “so absurd in a country that was worm-eaten,” and the flag-waving and chanting of the ideologues amount to little more than “a ridiculous piece of fiction, a puppet show, a complete farce.”
Lobo Antunes’s contrapuntal narrative functions as a rejoinder to the Fascist cult of corporatism, in which Salazar’s state assumed that its citizens, equalized by conformity, became indistinguishable from one another. The discordant monologues of the novels allow individuals to tell their stories, though in doing so they erode the bonds of family and community and end in a kind of solitary confinement. Lobo Antunes transcribes the complaints of Portugal’s “little people,” who once—as a slumdweller in “Fado Alexandrino” says—relied on Heaven to look after them; now their advocate is a novelist. Making this his mission, Lobo Antunes has progressively extended the bandwidth of his monologues. In “What Can I Do When Everything’s on Fire?” he intertwines the fractured soliloquies of transvestites in a Lisbon night club, their nervily anonymous clients, a hospital orderly, and a solicitous journalist investigating this dim underworld. An epigraph taken from the fourth-century Christian scholar Epiphanius hints at the purpose behind this ghostly babble: “I am you and you are me; where you are, I am, and in all things I find myself dispersed.” Dispersal is our dusty fate, but our ashes and our drifting atoms can mingle. Although his venal characters pursue selfish agendas, Lobo Antunes’s technique emphasizes their interrelation and appeals to our commiseration. He is still writing for the foot that he saw hanging from that improvised shroud.
One Faulkner novel in particular serves as a prototype for Lobo Antunes: in “As I Lay Dying,” a dead matriarch, as though still conscious inside her coffin, muses on her life while her family makes tragicomic efforts to get her body buried. Lobo Antunes’s macabre narratives often deal with an impatient deathwatch, or trace the muddled disposal of a corpse. In “Act of the Damned,” a stricken paterfamilias listens while his heirs—a motley brood of “sluts and spineless cuckolds”—squabble over his estate. In “The Inquisitors’ Manual,” a former official in Salazar’s government, bedridden after a stroke like the one that disabled Salazar himself, is slowly driven mad as his progeny wrangle and plan to make off with his spoils.
Another funeral, malodorously postponed, comes at the start of Lobo Antunes’s larkiest, most engagingly inventive book, “The Return of the Caravels.” The poet Luís de Camões—who, in 1572, in “The Lusiads,” celebrated Vasco da Gama’s maritime discoveries and supplied Portugal with a national epic intended to match Homer’s Iliad and Virgil’s Aeneid—comes home from Africa four centuries later with a coffin containing his father. Bureaucratic delays hold up the interment, and the long-dead body starts to bubble, seething with “a fervor of worms.” (According to Portuguese law, the dead are entitled to spend only a few years underground, after which, because space is so scarce, their bones must be exhumed and pummelled to powder.) History, Lobo Antunes suggests, is a corpse that will not remain in its grave.
The caravels, cockleshell boats that took Portuguese seafarers off to new worlds, return carrying the shabby detritus of empire. Vasco da Gama and other explorers with heroic pedigrees are jumbled among the fractious, indiscriminate rabble of retornados, who retreated to Portugal in the nineteen-seventies, after the loss of the country’s African empire. The retornados—most of them petty merchants, shopkeepers, and civil servants—spent years grousing and venting their grievances on street corners while their possessions moldered in dockside warehouses. “The Return of the Caravels” makes epochs collide in a brawling comic chaos. Renaissance Portugal, still viewed as a golden age of achievement, collapses into the grubby present. Lisbon, reconstructed on a stern neoclassical grid after it was destroyed in the earthquake of 1755, is now a shapeless Third World midden; a floating populace of refugees, ruffians, smugglers, and Gypsies, swarms in shantytowns, feeding on roasted cats.
At one point, Vasco is summoned to an audience with King Manuel I: Forty-two years had passed since Vasco da Gama had last spoken to the monarch, and after uncounted months in the antechamber, reading doctor’s office magazines, mingling with executives in vests, astrologers in star-speckled capes, representatives of majority, minority, and nonexistent political parties, an Italian journalist, and a delegation from the bakers’ union, encased in the powder of their morning flour, he found an aged prince shooing away flies with his scepter, a tin crown with glass rubies on his head, and the applesauce halitosis of a diabetic huddled on the seat of a Gothic window that opened out onto the galleons of his squadron, which he was contemplating without interest in the melancholy of his flu.
That bulging sentence contains many of Lobo Antunes’s distinctive qualities: the profusion of detail that delights in mess; the word games that flirt with the nullity of language; the professional acumen that diagnoses the king’s disease and finds a poetic simile to catch the precise odor of his sickly breath. The mania for noticing things detains us, but as readers we spend the decelerated time more pleasurably than Vasco da Gama, who cools his heels impatiently in the waiting room; when we finally reach the end of the sentence, Lobo Antunes, having boisterously enlivened this listless interval, defies us to share the king’s boredom. Manuel and Vasco walk out into the evening, and the king asks the explorer for a deck of cards: “I want to see if you still know how to cheat.” In no time, the beached voyager gains control of Lisbon, thanks to a series of dodgy card tricks—a neat parody of the supposedly ennobling but ultimately squalid business of colonial acquisition.
Lobo Antunes’s implosion of Portuguese history works so well because revenants from the country’s grandiose past can be seen all over Lisbon, stiff with rigor mortis. Statues of navigators, of the kings who prompted their expeditions, and of the bards who obsequiously sang their praises scan the horizon from the pedestals. Camões has a monumental column of his own; the nineteenth-century novelist Eça de Queirós embraces a lissome marble muse in a garden; and a bronze effigy of the modernist poet Fernando Pessoa sits at a table outside a café that he once frequented, looking as if he had metallized while waiting for a refill. (As yet, there is no statue of Lobo Antunes, but a street has been named after him in the northern town of Nelas.) The Portuguese are proud of these venerable ancestors, but they can’t help feeling belittled by them. How did a country that once counted Brazil, Angola, Mozambique, Goa, and Macao as outlying provinces forfeit its empire and retract to the cramped edge of the Iberian Peninsula? If the poem of nationhood is a proud, ceremonious epic like “The Lusiads,” which ends with a prophecy of Portugal’s abiding glory, the writers who come later are bound to describe a lapse into mean, mediocre mock epic. To make matters worse, Lisbon itself claims mythical origins: in early sources it is called Olissipo, in homage to Ulysses, who allegedly founded the city during his long, digressive journey home from Troy. Joyce’s Dubliners in “Ulysses” don’t know that they are recapitulating Homer’s epic, so they suffer from no sense of shrunken inadequacy. But the Portuguese—who still salute themselves as maritime heroes when they sing their national anthem, even though their seagoing exploits are now confined to trawling for cod—can’t avoid invidious comparisons between past and present.
The lofty statues in Lisbon’s squares represent the judgment of history. Lobo Antunes pities their “heroic cramps,” and fancies that they might be shamming immobility; his revenge is to move them around like figures on a chessboard, asserting the right of the present to rearrange the past. The statue of the Marquês de Pombal, an enlightened autocrat who rebuilt Lisbon after the earthquake, migrates all over the city. In one novel, he leaves his plinth and tipsily reels down the hill toward the river; in another, he takes a break in a restaurant, where “his rusty imposing presence” is seen “sipping lemon tea with broad, bronze historic gestures.” Statues that brag about exploration and conquest are cleverly reoriented, or mocked for their inability to stride through space. Magellan, who found a way to the Spice Islands in the Pacific, points down an avenue to a shopping district that might be “a lost island of his own discovery, an island of discount stores selling wooden knickknacks.” In a vast, vacant square by the river, King José I straddles a transfixed horse that “trotted motionless toward India in search of eight-armed concubines.”
Lobo Antunes views Portugal’s discoveries as feats of conjuring, deceptive tricks like those performed by a literary fantasist. Prince Henry the Navigator sends Vasco da Gama off to find Brazil and tow it home; Vasco obliges, tugging the “stupidly enormous” landmass in his wake, though he is unable to control the flocks of raucous imported parrots that fly away shrieking across Lisbon “like a waving of colorful bath towels.” Because the accumulated colonies are too bulky to fit into tiny Portugal, superfluous realms are sneakily stuffed into municipal garbage cans: tropical rivers are discarded as waste, jumbled with “leftover grains of rice and packages of cough drops.”
Saramago beguilingly contradicts this dead end in his “Tale of the Unknown Island,” when a nameless king declares that there are no new worlds left to discover. One of his subjects stubbornly insists that there must still be an unknown island and volunteers to find it. But only a cleaning woman will sign on for his quixotic voyage, so he gets nowhere. Then, in the story’s sudden, miraculous conclusion, the deserted boat becomes the imaginary island itself: the deck burgeons and blooms, as plants twine around the masts, and the fertilized caravel continues travelling in search of itself. Saramago transfers the geographic adventure to the imagination, which will never accept that reality runs out at the horizon. Lobo Antunes is less optimistic: he reduces the process of decolonization to rubbish-dumping, deriding the revolutionaries who so hastily withdrew from Africa. This bungling anticlimax suits the national mood of saudade—a nostalgia for some remote, unremembered epoch during which the Portuguese were happy and their country ruled the waves. Saramago gratifies his readers by making the explorer’s dream come true; Lobo Antunes, always the physician charged with imparting bad news, diagnoses the wistful longing for paradise as a neurosis.
Lobo Antunes maps Portugal as if he were anatomizing a patient on an operating table. In “Knowledge of Hell,” he describes its narrow territory, squeezed between Spain and the Atlantic, as “emaciated.” The equinoctial east wind along the coast sounds like a wheezing “asthmatic child”; the lisping of waves hints that the ocean suffers from a speech defect; and, in stormier weather, the breakers howl as if tormented by “toothache and heartburn.” The tortuous alleys of Lisbon’s medieval districts remind Lobo Antunes of aneurisms or distended arteries, and the Manueline decoration of its monuments—a style dating from the reign of King Manuel I, featuring replicas of ropes, anchors, seaweed, and tropical plants as mementos of his explorers—afflict columns with varicose veins.
As such hypochondriac metaphors suggest, Lobo Antunes invests words with the vividness of live, dying things. He also has a canine capacity for deciphering scents. A Gypsy’s body odor seems to combine the stench of a mule and the aroma of thistle soup; a disgruntled wife creeps into bed with a “grave-ready” husband whose personal aroma is that of “dead sheep.” Any intimacy risks an encounter with someone else’s olfactory halo. A kiss, chemically analyzed by Lobo Antunes, turns out to be redolent of “bleach and stew.” Meals are predictably unpalatable, like a stomach-turning dish of squid, which is a tangled mess of legs and suckers, with “pallid and fibrous meat” afloat in an inky sauce.
Sharing the morbid exhilaration of Lobo Antunes, the characters in his novels can’t help wondering at the creativity of their bodies—so keen to spawn diseases, so foully fruitful. A woman in “The Natural Order of Things,” graced with the glorious name of Dona Orquidea, is dismayed when her doctor announces that her kidney stones have dissolved. She wills herself to produce more, hoping to deposit a sliver of mica or a granite chip in her chamber pot. The geological substance of Portugal hardens inside her as she vows “to make cliffs grow in my belly, cliffs like those in Viana, covered with tenacious grass, cliffs like those along the Douro River, with terraced vineyards and the streambed glistening below.” Those terraces along the Douro, east of Oporto, are where the grapes crushed for port wine grow, but Lobo Antunes has no interest in Portugal’s delicious produce. Dona Orquidea plods patriotically home to transform herself “into a mountain range of schist, into stratified slate, into basaltic formations.”
Intent on tabulating symptoms and issuing doleful prognoses, Lobo Antunes hardly ministers to the reader’s sense of physical well-being. Satirists, like doctors, investigate our distempers, but they would rather kill than cure. Lobo Antunes ruefully acknowledges his failures as a healer. In “The Fat Man and Infinity,” he allows a patient to tell him, “You’d better make an appointment with yourself then, doctor”; he takes the advice, but the waiting list is so long that it will be many months before he finds the time to treat himself. Another Lobo Antunes protagonist equates doctors with morticians or taxidermists. “To many doctors there is something comforting in death, something of validation,” he says. They “enjoy death’s immobility, its dignified quietness.” Art too, fussing over pictorial appearances or fancy verbal replicas, is the connoisseurship of cadavers.
“I wish someone could explain to me why nothing in this country ever changes,” a character in “The Inquisitors’ Manual” moans. Fado singers paraphrase this complaint when they air lovelorn grievances; the same choral lament can be heard everywhere in Portugal, as people wonder why their new freedoms and the shiny electronic gadgets they can now afford haven’t made them any happier. But if this were the whole truth, Lobo Antunes would remain a local, even a provincial, writer. Luckily, he has a remedy for the national malaise; true, nothing changes, but everything metamorphoses when described by Lobo Antunes, whose style triumphantly flouts the stagnation of his society. His most gleefully outrageous inventions waive physical laws and challenge the dreary natural order of things, and it is this quality that gives his work an appeal that extends beyond the borders of his country. A widowed engineer falls in love with a mannequin he sees in a shopwindow and pays a prostitute to sleep with it. A genial lunatic flaps his arms and takes flight, like the storks that used to nest on chimneys in Portuguese villages. On another occasion, Lisbon commits suicide, its “slit veins bleeding bronze generals, pigeons and dairy bars into the Tagus.” Death, as always for Lobo Antunes, is life arrested and arranged into a picture, and postmortem decay produces poetry as delicate as lace or cobwebs. A shop selling woollen goods is taken over by moths, which multiply into white-winged angels and litter the counters with wriggling larvae; these gluttonous seraphs reduce synthetic fabrics to “a skeleton of threads, a ribwork of filaments, fringes of veins.”
“Hatred is vital to good health,” a character declares in “Act of the Damned.” As a medical diagnosis, this seems questionable, but in Lobo Antunes’s case it is a prescription for fine, furious, often spectacularly excessive writing. Hatred, in his attitude toward Portugal, may be a synonym for a rankling, incurable love. The tottering country is Lobo Antunes’s subject, and as a physician he considers it to be his personal responsibility. How can a doctor give up on a patient who has been ill—tantalizingly near death, though never quite ready to die—for the past four hundred years?
- in New Yorker - http://www.newyorker.com/arts/critics/books/2009/05/04/090504crbo_books_conrad?currentPage=all

sábado, 25 de abril de 2009

Visita de Estado à Turquia do Presidente da República e da Dr.ª Maria Cavaco Silva

sábado, 25 de abril de 2009
O Presidente da República e a Drª Maria Cavaco Silva efectuarão uma Visita de Estado à República da Turquia, entre os dias 12 e 15 de Maio, a convite do Presidente Abdullah Gül, deslocando-se a Ankara e, posteriormente, a Istambul e à Capadócia.
Acompanham o Presidente da República vários membros do Governo, designadamente o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, bem como representantes dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República.
Integram, igualmente, a comitiva presidencial cerca de trinta empresários, que participarão nos eventos de natureza económica que o programa compreende, entre os quais um “Encontro Empresarial Portugal-Turquia”, em Ankara, promovido pela AICEP e pela União das Câmaras Empresariais turca (TOBB), e um Seminário Económico Portugal-Turquia, em Istambul, promovido pela AICEP e pela Agência para as Relações Económicas Externas turca (DEIK), mantendo, igualmente, contactos com os seus congéneres turcos, com vista ao reforço das relações comerciais e de investimento entre os dois países.
A Visita terá início com uma cerimónia de homenagem no Mausoléu de Atatürk, em Ankara. Para além do programa conjunto com o Chefe de Estado turco, que incluirá um encontro e um jantar em sua honra e da Dra. Maria Cavaco Silva, o Presidente da República reunir-se-á, na capital turca, com o Primeiro-Ministro Recep Erdogan e com o líder do maior Partido da oposição.
O Presidente da República proferirá, a convite das autoridades turcas, um discurso no Plenário da Grande Assembleia Nacional Turca.
Já em Istambul, o Presidente da República inaugurará, em conjunto com o Presidente da República da Turquia, a exposição “Lisboa, memórias de outra cidade”, uma promoção conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Sabanci, que retrata a Lisboa do Século XIX, com base em obras disponibilizadas por várias instituições culturais nacionais.
Nesse mesmo dia, o Presidente da República e a Dra. Maria Cavaco Silva oferecem um jantar de retribuição em honra do Presidente da Turquia e da Senhora de Abdullah Gül, com um concerto de fado.
Ainda em Istambul, o Presidente da República presidirá à Sessão de Encerramento do “Seminário Económico Portugal-Turquia” e proferirá uma Palestra na Universidade do Bósforo dedicada ao tema “A adesão de Portugal à União Europeia: uma experiência”.
A componente oficial da visita à Capadócia incluirá um encontro com o Governador da Província de Nevsehir, que oferecerá um almoço em honra do Presidente da República e da Dra. Maria Cavaco Silva.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

25

sexta-feira, 24 de abril de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

http://ruizink.com/2009/04/20/infalivel-so-mesmo-nosso-senhor/

segunda-feira, 20 de abril de 2009
roubei este post ao amigo Rui Zink e não lhe acrescento mais nada:

O Cardeal Patriarca de Lisboa diz que o preservativo “é um meio falível”, apoiando a leitura de Bento XVI. E tem razão, não há volta a dar-lhe. O preservativo é um meio falível. Certo, reduz em mais de 98 por cento as chances de contrair uma doença mortal, mas é falível. D. José Policarpo é um homem sensato. Simplesmente, em abono da verdade, devia também dizer que a fidelidade ou a castidade são meios ainda mais falíveis.
Fico à espera.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009
A primeira célula e a célula antes
a primeira sílaba e a sílaba antes
a passagem da palavra potencial a cinética
pela mão inicial
génese
pela força invencível da mão inicial



in Más Intenções
Paris, 2008
M. Tiago Paixão

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Portugalia*

quarta-feira, 15 de abril de 2009
Court to resolve Portuguese lovers' €15m lottery tiff

Two years after winning Europe's biggest weekly lottery prize, a Portuguese couple are still waiting to get their hands on the €15m (£13.3m) prize, which remains locked away in a frozen bank account.
Cristina Simoes, 20, and Luis Ribeiro, 23, were lovers who planned to study hard and leave behind the harsh rural life of their parents in the Portuguese countryside near the northern town of Barcelos. Friends expected them to marry.
Then they won the EuroMillions prize. They had played the pan-European lottery together every Friday, but that week Cristina called her boyfriend to buy an extra ticket when he placed their normal bet of €4. That was the ticket that won. Cristina says that she paid Luis back the €2 for it. Cristina and Luis picked up the prize cheque, and opened a joint bank account partly controlled by her parents. That was in January 2007. Now the couple only see each other in court, and a judge has frozen the prize money account. The couple broke up after Cristina's parents refused Luis permission to withdraw money. He challenged them in court and Cristina now says she wants all the money.
"I'm not desperate about this," Luis told a newspaper. "But I'll follow it through to the end. She didn't want to give me a cent of it." Cristina says Luis lied to her, claiming he was at college when he had secretly travelled to Lisbon to see the bank manager. Luis's lawyers say he is quite happy to divide the prize in half. Luis still gets up at 6am to milk the cows before going to college, while Cristina studies to become a pharmacist and lives behind bolted doors in her parents' house - convinced someone is going to kidnap her. Attempts to reach agreement broke down last month when Cristina failed to appear in court. Now the judges must decide.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Soğuk Beyaz Bir Dokunuş

quinta-feira, 2 de abril de 2009
I

Sayfa her keresinde biraz daha beyaz
yağmur gibi
kokusu yağmur tadında soğuk tadında
kristal bulut
taşı sarıp sarmalayan bulut
düşmeyen taş kalan kök
yağmurun geçmişi
bedenimle
yağmurda geçirdiğim zaman
taştan bedenler sözü edilmeyen kollar ve ötekiler
benimkiler tutulmuş
onları gevşetmek ya da serbest bırakmak
ya da serbest bırakmak için
harcadığım güç?
kollarımı mı yağmuru mu taşı mı?
ağaç da olabilirdi bu
belirsiz dokunuşlarla ıslanmış insanlar
burada beyaz onlar beyaz
(erimiş dokunuşların baskısı altındaki insanlar)
sayfanın beyaz olduğu gibi o ne söylerse söylesin

belleğin tersi


II

beyaz bir koridor var. ya da siyah. giderek
uzaklaşabilir. art arda bir dizi
olay
hastane soğuğu dolu sonu gelmeyen boşluk.gece
vakti. ya da öğle. pencere olmadığı için
ya da bu duvardaki bütün fotoğraflar
soyunmuş pencereler. ya da hafif bir rahatsızlık
ya da tek pencere. durağan hali dünyanın
kargaşadan sonra.


III

hayalinde canlandırmak
demek bu ve bu gerçek
yağmur demiyorum ıslanmadan
ve adın sen beni öpmeden
ben seni burada beklerken
yağmuru görebiliyor musun?
gök yürür renkler değişirken
ben hâlâ oturmuş
bekliyorum

üşüyorum
(daha önce söyledim sana ne kadar üşüdüğümü)
çok daha fazlasını görüyorum buradakilerin
hepsinden
(söz ettim sana korkudan ve baş dönmesinden)

öteki yanı çevir bir başka yanı var ben
yazarken
bir eski görüşe terk ediyorum tavanları evleri
unutup ölü grameri masanın üzerinde
daha sonra döneceğim sesinin bana ulaşan sedasına

(ağzından gelen bulutlar ve sonu olmayan o nehir)

in Cümle Frase #01
M. Tiago Paixão
tradução: Cevat Çapan

segunda-feira, 30 de março de 2009

"hate speech"@Portugal

segunda-feira, 30 de março de 2009
hoje descobri um blog que me deixou sem palavras. lá pelo meio encontrei coisas como esta tirada brilhante:
"Descoberto que grupos abortistas forçaram a menina de 9 anos, de Alagoinhas, grávida de gêmeos, a abortar"...
intitulam-se União das Famílias Portuguesas - mas não da minha! eu sou português, tenho família mas não estou unido a ninguém assim!
aconselha-se o textinho "Em defesa da Família" (os argumentos nazis para tentar o exterminio de homossexuais não foram muito diferentes).

sexta-feira, 20 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009
perduramos poema a poema, verso a verso, canção a canção. Unidos os nossos corações e as nossas mãos, vamos acercando-nos desse lugar, desse dia, desse país ao qual nínguem pôde chegar
Ümit Yaşar Oğuzcan
prefácio à 6ª edição de İki Kişiye Bir Dünya (Um mundo para dois)

segunda-feira, 9 de março de 2009

saudades desta Lisboa

segunda-feira, 9 de março de 2009
do Wim Wenders e destes Madredeus

s. ç.

há qualquer na tua boca no mover dos teus lábios quando
nessa língua ponte entre nós dizes a língua e outra qualquer coisa
quando dizes a tua boca original a mesma que tantas vezes me dás
no mover de ti e no ondular do som da tua voz quando estou sobre ti
ou tu sobre mim e este poema sobre ti e tantas vezes nunca são
muitas vezes na tua língua
a palavra tem o som da tua voz
em qualquer boca até
na minha
pronúncia atrapalhada até para dizer o teu nome e há qualquer coisa
nesta ponte que fazemos que estendemos em tapete futuro
qualquer coisa metálica e quente uma espécie de fundição no
mover dos lábios para tanto no mover de ti


in dost
Ankara, 2009
M. Tiago Paixão

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Filipa Leal

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

cıty of glass, Atakule, Ankara, 2008
© 2008 M. Tiago Paixão

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cümle Frase

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
O Leitorado de Língua e Cultura Portuguesa do Instituto Camões (http://www.instituto-camoes.pt/index.php) na Turquia, com a apoio da Cooperativa Literária (http://www.cooperativaliteraria.net/), criou o projecto Cümle Frase.

Cümle Frase – Folha Mensal da Nova Poesia em Língua Portuguesa tem por objectivo fazer chegar às mãos do público Turco, nomeadamente em Ankara e Izmir, aquilo que de mais novo se faz em poesia, em Portugal. O projecto pretende chamar a atenção para Portugal, para a sua língua e cultura, para um Portugal novo e de futuro.

Todos os meses, a começar em Fevereiro de 2009, será publicada e distribuida a “folha”, que a cada edição apresentará um novo poeta.
A médio prazo está prevista a edição em livro de todas as “folhas”. Esta será a primeira antologia de poesia portuguesa publicada na Turquia e ainda a primeira antologia da “novissima” poesia portuguesa em termos gerais.

Neste momento estamos em condições de anunciar alguns dos nomes que já deram o seu sim a este projecto: José Luís Peixoto, Paulo José Miranda, Catarina Nunes de Almeida, Rui Alberto, José Rui Teixeira, M. Tiago Paixão, Filipa Leal, Hugo Milhanas Machado, Valter Hugo Mãe e Rui Costa. Mais convites estão, e continuarão a ser feitos.

Os poemas serão publicados na sua versão original e acompanhados de tradução para ingles (para Izmir), da responsabilidade do conceituado tradutor Landeg White, e para turco (para Ankara), pelo mais prestigiado tradutor da Turquia, Cevat Çapan.

O projecto pode ser acompanhado na internet em: www.cumlefrase.blogspot.com, disponível nas línguas portuguesa, inglesa e turca.

Ankara, Janeiro de 2009
M. Tiago Paixão

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Discriminação e vergonha

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
José Policarpo fala em “montes de sarilhos”
Cardeal-patriarca alerta portuguesas para riscos de casamentos com muçulmanos


O cardeal-patriarca de Lisboa surpreendeu ontem à noite o auditório do Casino da Figueira da Foz ao advertir as portuguesas para o “monte de sarilhos” em que se podem meter se se casarem com muçulmanos.

Falando na tertúlia “125 minutos com Fátima Campos Ferreira”, que decorreu no Casino da Figueira da Foz, José Policarpo deixou um conselho às portuguesas quanto a eventuais relações amorosas com muçulmanos, afirmando: “Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam.”

Questionado por Fátima Campos Ferreira se não estava a ser intolerante perante a questão do casamento das portuguesas com muçulmanos, José Policarpo disse que não. “Se eu sei que uma jovem europeia de formação cristã, a primeira vez que vai para o país deles é sujeita ao regime das mulheres muçulmanas, imagine-se lá”, ripostou José Policarpo à jornalista e anfitriã da tertúlia, manifestando conhecer “casos dramáticos”, que no entanto não especificou.

Na sua intervenção, o cardeal-patriarca de Lisboa considerou “muito difícil” o diálogo com os muçulmanos em Portugal, observando que o diálogo serve para a comunidade muçulmana demarcar os seus espaços num país maioritariamente católico.

“Só é possível dialogar com quem quer dialogar, por exemplo com os nossos irmãos muçulmanos o diálogo é muito difícil”, disse durante a tertúlia.

Diálogo difícil
Respondendo a uma pergunta da anfitriã sobre se o diálogo inter-religioso em Portugal tem estado bem acautelado, o cardeal patriarca sublinhou que, no caso da comunidade muçulmana, “estão-se a dar os primeiros passos”.

“Mas é muito difícil, porque eles não admitem sequer [encarar a crítica de que pensam] que a verdade deles é única e é toda”, sustentou.

Sublinhou ainda que o diálogo serve para os muçulmanos, num país maioritariamente católico, “como fazem os lobos na floresta, demarcarem os seus espaços e terem os espaços que eu lhes respeito”.

Mais tarde, quase no final de mais de duas horas de conversa e respondendo, na altura, a uma pergunta da assistência sobre a presença muçulmana na Europa, lembrou que a comunidade muçulmana de Lisboa representa cerca de 100 mil fiéis “centrados à volta de três grandes mesquitas”, e definindo as relações com o Patriarcado como “habitualmente boas e muito simpáticas”.

No entanto, e noutro registo, alertou para a necessidade de existir “respeito e conhecimento” sobre a religião muçulmana enquanto “primeira atitude fundamental” para o diálogo.

“Somos muito ignorantes"
“Nós somos muito ignorantes, queremos dialogar com muçulmanos e não gastámos uma hora da nossa vida a perceber o que é que eles são. Quem é que em Portugal já leu o Alcorão?”, inquiriu. “Se queremos dialogar com muçulmanos, temos de saber o bê-a-bá da sua compreensão da vida, da sua fé. Portanto, a primeira coisa é conhecer melhor, respeitar”, acrescentou José Policarpo.

Outra atitude a praticar na relação com os muçulmanos, sublinhou o Cardeal Patriarca é “não ser ingénuo”, afirmação que ilustrou com a visão que alegadamente possuem de que o sítio onde se reúnem para rezar “fica sempre deles”.

“Os muçulmanos têm uma visão na sua religião de que o sítio onde se reúnem para rezar fica na posse deles, é o sítio onde Alá se encontrou com eles, portanto mais ninguém pode rezar naquele sítio”, disse José Policarpo.

Lembrou, a propósito, um “problema sério” ocorrido na Catedral de Colónia, na Alemanha, cedida pelo Cardeal da cidade à comunidade muçulmana local para uma cerimónia no Ramadão.

“Depois consideravam a Catedral posse deles, foi preciso a intervenção da polícia para resolver aquilo (...) Não sejamos ingénuos na maneira de trabalhar com eles”, argumentou.

-14.01.2009 - 08h56 Lusa

SE FOSSE UM TIPO QUALQUER SEM NENHUMA RESPONSABILIDADE CLASSIFICAVA ESTES COMENTÁRIOS DO MAIS ALTO REPRESENTANTE DA IGREJA CATÓLICA ROMANA EM PORTUGAL DE PARVOS, BASEADOS NA IGNORANCIA E NO PRECONCEITO - MAS NESTE CASO NÃO! AQUI NÃO HÁ NENHUMA PARVOÍCE! OS RESPONSÁVEIS CATÓLICOS ACREDITAM MESMO NISTO. XENOFOBIA, DESRESPEITO PELA DIFERENÇA, PRECONCEITO, ENFIM... COMO SEMPRE, COMO SEMPRE...
 
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